Lúdio Cabral em audiência do Dia do Rio Paraguai
Lúdio Cabral em audiência do Dia do Rio Paraguai

Lúdio se une a comunidades e povos tradicionais em audiência pública pelo futuro do Pantanal

Dia do Rio Paraguai e do Pantanal foram comemorados com audiência pública e caravana que saiu de Cáceres até Alto Paraguai

Comunidades ribeirinhas, povos tradicionais, indígenas, produtores rurais e ambientalistas debateram o futuro do Pantanal e a necessidade de preservar o Rio Paraguai, principal formador do bioma, em audiência pública realizada pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT) e pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O evento realizado na Câmara de Alto Paraguai reuniu representantes de 13 comitês populares do Rio Paraguai e seus afluentes, e marcou o jubileu do movimento, que tem 25 anos de luta. O ato foi permeado por apresentações culturais, místicas e outras intervenções artísticas para denunciar as ameaças que o rio sofre e a importância de preservá-lo.

“É um processo permanente de buscar preservar o Rio Paraguai e o Pantanal e combater as ameaças que o bioma sofre, por meio das ferramentas que temos na Assembleia Legislativa, com requerimentos, projetos de lei, audiências públicas. A correlação de forças não é fácil, mas a gente faz a resistência e a denúncia. O Dia Estadual do Rio Paraguai, comemorado em 14 de novembro, nasceu da mobilização dos comitês populares. Assim como agora eles se mobilizam com a ideia de instituir o corredor biocultural na nascente à foz do Rio Paraguai”, disse Lúdio.

O ambientalista Isidoro Salomão, do Comitê Popular do Rio Paraguai, de Cáceres, destacou o Rio Paraguai como um grande corredor biocultural que conecta ecossistemas e populações desde Alto Paraguai e Diamantino, passando por Cáceres e outros municípios, até Corumbá, em Mato Grosso do Sul. “Chegamos aqui como raízes desses rios. Não é só o rio livre, queremos o rio vivo com água de qualidade”, destacou.

“Temos que preservar esse bem, não só o rio, mas para que a floresta continue com vida”, afirmou o professor Valdemilson Balatiponé, da Aldeia Bakalana, na Terra Indígena Umutina, em Barra do Bugres. O professor Marcio Balatiponé recitou um poema que fala da relação do seu povo com o Rio Paraguai. “Acredito na arte e na literatura como armas de luta”, pontuou.

A agricultora Miraci Pereira da Silva, do Comitê Popular do Rio Bugres, de Mirassol D’Oeste, defendeu um desenvolvimento que seja de fato sustentável. “Nós temos uma missão muito grande: nos educar e aprender. Enquanto existir vida, quero combater o modelo de desenvolvimento que é cruel e destrói a natureza”, projetou. A advogada Bruna Medeiros, que representa o Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), avaliou que é necessário punir os autores de crimes ambientais para barrar a destruição. “Quem está destruindo a natureza tem nome, CPF e CNPJ. Não é a humanidade que está fazendo isso.”

Tania Rodrigues, da comunidade Acorizal, em Barão de Melgaço, falou em nome da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneiras. “Nossa comunidade sofre com a crise climática. A fumaça chega na cidade inteira e afeta nossa saúde”, contou. O prefeito de Alto Paraguai, Adair Alves (MDB), destacou a importância do diálogo e do debate para buscar soluções conjuntas. “Nós temos uma demanda ambiental muito sensível e uma demanda social mais sensível ainda. Precisamos aliar a preservação do Rio Paraguai à geração de emprego e renda”, ponderou.

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